Fabi ainda não sabe como vai se sentir nesta sexta-feira, quando acompanhar a estreia da seleção no Grand Prix pela televisão. Afinal, nos últimos anos ela participou de 11 edições do torneio e coleciona títulos (cinco no total). Sem se arrepender da decisão de dar adeus à seleção, a bicampeã olímpica sabe que o aperto no coração será, de fato, inevitável. Mas se sente segura pela opção que fez. O Brasil estreia contra a China, às 12h30 (de Brasília).
- Eu estou, de certa forma, um pouco ansiosa, mas tranquila pela decisão que tomei. Ansiosa para ver como vou reagir não estando lá com as meninas. A primeira etapa vai ser fora, depois vou assistir como torcedora. Infelizmente essa decisão é inevitável. Em algum momento tinha que ser tomada. É o que eu sempre falo, que seja uma dor saudável. Uma saudade nostálgica, de algo que você sente falta porque foi importante na sua vida, e não de arrependimento - disse, durante a comemoração do Dia Olímpico, na quarta-feira, no Rio de Janeiro.
Se a saudade do clima e das amigas de seleção ainda preocupa, em termos de sucessão ela se diz tranquila. Fabi diz manter contato com a líbero Camila Brait e ainda dá alguns conselhos para a amiga. Aos 34 anos, a atleta confia no potencial de sua substituta. Com sensação de dever cumprido, ela reza para que sua saída do time de Zé Roberto Guimarães não seja sequer percebida.
- Eu disse para a Camila: ''Simplesmente jogue vôlei''. Ela não precisa ser nada além da Camila Brait. Se ela conseguir fazer o que faz nos treinos, talvez as pessoas nem percebam muito a saída da Fabi. É isso que eu gostaria. Que a Fabi seja lembrada como alguém que contribuiu para a seleção brasileira, e cuja ausência não seja sentida. Estou deixando uma jogadora que tem tanto ou mais qualidade do que eu - revelou.
Os estilos da antiga líbero e da atual são diferentes em termos de personalidade. Enquanto Fabi sempre foi uma referência de vibração dentro de quadra, Brait é tímida e discreta. Para a veterana, cada uma tem uma forma de se comportar. Enaltecendo a amiga, ela acredita que a jogadora titular vai usar a sua qualidade para que ninguém sinta a falta de seus famosos gritos durante os jogos do Brasil.
- Cada um tem uma maneira de lidar com as coisas. Eu sempre fui mais falante, mais participativa no sentido de falar mesmo. A Camila tem essa preocupação de ser a ''próxima Fabi'', de ter a Fabi como referência. Já disse que não tem essa. Nossa troca foi mútua. Eu aprendi com ela e pude passar algo da minha experiência. Se ela jogar o vôlei de qualidade que eu sei que pode, talvez as pessoas nem sintam falta dessa vibração. Existem outras jogadores que podem ajudar. Talvez a falta dos gritos não seja nem sentida, porque a qualidade da Camila vai sobressair. Se ela conseguir defender, não vai precisar gritar nada - disse.
Fabi se despediu da seleção brasileira no mês passado. Na ocasião, ela comunicou que seguiria em quadra apenas defendendo seu clube, o Rio de Janeiro. Além do apoio do técnico Zé Roberto Guimarães, ela conta que conversou muito com Bernardinho, seu amigo e comandante no equipe carioca.
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