segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Seleção brasileira feminina adulta - Fabi e Arlene: garantias de uma líbero de alta qualidade e um agradável dilema para Zé Roberto






Seleção brasileira feminina adulta - Fabi e Arlene: garantias de uma líbero de alta qualidade e um agradável dilema para Zé Roberto


SAQUAREMA (RJ) – O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães, enfrenta um daqueles doces dilemas que, apesar de complicados, todo treinador gosta de ter. Com duas das melhores líberos do mundo no grupo que treina no Centro de Desenvolvimento do Voleibol – Saquarema (RJ), quem escolher para levar nas primeiras competições da temporada – a Montreux Volley Masters e o Torneio de Courmayeur? Entre a mineira Arlene e a carioca Fabi, Zé Roberto optou por levar ambas. Prova de que a escolha definitiva será bem difícil.

“Arlene e Fabi estão entre as 10 melhores líberos do mundo, o Brasil está muito bem servido nesta posição. Elas são versáteis, têm segurança e uma leitura interessante do jogo e das características dos adversários. Isso tudo está aliado à garra, determinação e vontade, o que faz delas jogadoras importantes para qualquer equipe e para a seleção”, diz Zé Roberto.

E a dupla de baixinhas não está nem um pouco disposta a facilitar a vida do treinador. Aos 36 anos, a mineira Arlene, de 1,78m, foi vice-campeã da Copa do Mundo em 2003 e, no ano seguinte, conquistou a medalha de ouro do Grand Prix. A carioca Fabi, de 1,68m, é 10 anos mais jovem, mas também tem um currículo de respeito na seleçã no ano passado venceu as seis competições que disputou (Torneio de Courmayeur, Montreux Volley Masters, Grand Prix, Torneio Classificatório para o Mundial 2006, Sul-Americano e Copa dos Campeões). Nesse embate de gerações, quem vence é o voleibol brasileiro.

“Se tem uma posição em que o Brasil pode estar tranqüilo é a de líbero. Posso citar cinco ou seis jogadoras que têm condições de estar na seleção. Estamos eu e Arlene e acredito que daremos trabalho para a comissão técnica”, brinca Fabi.

Arlene começou a jogar vôlei há 20 anos, quando Fabi tinha apenas cinco de idade. Mas na posição de líbero, seu caminho é mais curto que o da companheira: até 2002, a mineira era meio-de-rede. “Ter jogado em outra posição faz com que eu tenha uma leitura mais rápida do jogo. Em compensação a responsabilidade é maior. Em outra posição, se você está mal em um fundamento, pode compensar em outros. Como líbero, tenho que defender e passar sempre bem”, explica Arlene.

Mas com tantas qualidades, quem ficará com a vaga? Na hora de responder, as duas são categóricas: a disputa é apenas na quadra. “Estamos no mesmo nível, é muito cedo para falar. A Fabi é tranqüila e muito talentosa. Para ser uma boa líbero, não tem segredos: é defender e passar bem. E estamos as duas aí para isso”, diz Arlene, com uma risada contagiante, uma de suas principais características.

Fabi, líbero desde 1998, devolve os elogios com a mesma desenvoltura que mostra na quadra. “O tempo parece que não passa para a Arlene. Ela se sobressai pela experiência e pelo talento. A disputa tem de ser no limite do respeito e isso eu tenho de sobra por ela. Mas também tenho muita confiança em mim. Será uma escolha decidida em detalhes”, garante Fabi.

E os detalhes são muitos e parecem esbarrar sempre na igualdade: Fabi é atual campeã brasileira pelo Rexona - Ades, Arlene, vice pelo Finasa/Osasco, mas ficou com o prêmio de melhor defesa da temporada 05/06 da Superliga. Fabi parece uma menina no meio das gigantes da seleção feminina e conta com sua juventude. Arlene, embora a mais velha do grupo (nasceu em dezembro de 69 e Fofão em março de 70), tem saúde e disposição de criança. No exame VO2, realizado no CDV-S, obteve o melhor desempenho de toda equipe. Em outras palavras, hoje, é ela quem tem o melhor condicionamento físico do grupo. É ou não é para deixar Zé Roberto com uma enorme dor de cabeça?

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