quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Grand Prix: o grande problema do Brasil no planejamento olímpico







Guarulhos (SP) - Principal fonte de alegria para a seleção brasileira feminina de vôlei nos últimos anos, o Grand Prix ironicamente é a grande pedra no sapato da equipe rumo às Olimpíadas de Pequim. Isso porque a competição, com finais disputadas na Ásia, tem encerramento previsto para apenas três meses antes do início da disputa pela medalha de ouro olímpica.

Técnico que conduziu a equipe nacional a três títulos da disputa entre 2004 e 2006, José Roberto Guimarães admite que, se pudesse, não colocaria nenhum time em quadra na competição. "O Grand Prix é um pepino que eu tenho que resolver. Nem sei como vamos jogar esta competição, da qual eu não gostaria de participar", reconheceu.

Na verdade, ele não está sozinho. Campeã da última edição do torneio, a Holanda pagou uma multa para não tentar o bicampeonato, enquanto a Rússia optou por, segundo Zé Roberto, propositalmente jogar mal a seletiva para a disputa e assim ficar de fora. O Brasil, entretanto, não pode fazer o mesmo por já ter garantido a classificação.

Disputar o Grand Prix é ruim porque, além de expor o time aos adversários dias antes das Olimpíadas, prejudicará a forma como a comissão técnica pretendia lidar com o fuso horário chinês, que é de 11 horas a mais. "Voltar ao Brasil implicaria readaptar ao fuso e depois tem que fazer o mesmo com o horário chinês. É tudo muito louco", desespera-se Zé Roberto.

O problema em manter as jogadoras na Ásia é a distância da família. Tanto que esta hipótese está totalmente descartada. "Nem pensar em manter as jogadoras na Ásia: eu arrebentaria o time", acredita. Um meio-termo, como a Europa, também não satisfaz o treinador. "Brasileiro gosta de estar casa: esse negócio de sair antes e ficar em algum lugar não dá certo. Temos que estudar bem para não sofrer com problemas no futuro", reconhece.

Favoritíssima à vaga de líbero nas Olimpíadas, Fabi, por outro lado, deixa clara a disposição total das jogadoras na luta pela medalha. "Ano que vem é um ano que engloba tudo. O que a gente fez até agora foi para chegar em 2008. A palavra sacrifício não vai existir para a gente, pois vamos estar de cabeça erguida e focadas nestas Olimpíadas", assegura.

Para 2008, o que está definido é a data de início dos treinamentos em Saquarema: maio, logo após o término dos campeonatos nacionais. A ordem foi dada diretamente por Ary Graça, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e agradou Zé Roberto. "Serão três meses de preparação, contra menos de um que nós tivemos no Pan. Além disto, só de a gente encerrar 2007 com vaga nas Olimpíadas dá tranqüilidade para as jogadoras em seus campeonatos", lembrou.

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